---

24 de novembro de 2025

O que antes era uma pequena cidade no meio do deserto transformou-se, nas últimas décadas, numa verdadeira metrópole: Riade, voltada para a modernidade, mas mantendo o seu charme original.

Se quiserem aprofundar primeiro a história de Riade e da Arábia, podem ler o nosso interessante artigo Riade: o nascimento da Arábia Saudita.

Nesta segunda parte, dedicamo-nos à moderna metrópole rodeada pelo seu deserto indomável. Nas últimas décadas, Riade passou de 150.000 habitantes para cerca de 7,6 milhões, tornando-se a cidade mais populosa da Arábia Saudita. A população está, portanto, a crescer rapidamente e, além dos sauditas de origem árabe, inclui uma ampla variedade de grupos étnicos e descendentes de imigrantes da Turquia, Irão, Indonésia, Índia e África.

Um país multiétnico que valoriza muito as tradições, desde a roupa até ao estilo de vida condizente com a religião islâmica. Consequentemente, é costume vestir-se adequadamente: sem decotes, sem roupas transparentes e com os joelhos cobertos. Tenham em mente que não encontrarão pratos à base de carne de porco nem bebidas alcoólicas (no máximo, cerveja sem álcool).

Um país ainda pouco explorado, que aposta fortemente no turismo como motor de crescimento económico futuro. E pensar que, antigamente, era uma região totalmente desértica. Tudo foi construído do zero, incluindo o primeiro aeroporto, seguido ao longo dos anos por vários outros, todos com nomes de príncipes e reis sauditas. O nascimento da aviação saudita é, aliás, bem retratado no Museu da Aviação Saqr Al-Jazira.

Com um bilhete de entrada a um preço muito acessível, é possível admirar, no parque ao ar livre, várias aeronaves desativadas da aviação civil e militar, entre elas o C-130 Hercules, o F-15 Eagle, o Tornado e, em particular, o avião italiano Caproni CA-100. Este último foi doado pela filha do Dr. Caproni durante a visita ao museu em 1999. Outra curiosidade é uma fotografia que retrata os primeiros 10 estudantes da aviação saudita enviados para a Itália em 1935 para aprender a pilotar.

No espírito de aventura e de imersão na icónica Arábia Saudita, uma visita ao Edge of the World é imperdível. Trata-se de uma excursão de jipe, a cerca de duas horas da cidade, que leva ao deserto até este penhasco com 1.131 metros de altura, que outrora foi um antigo fundo oceânico. De facto, se observar atentamente, é possível encontrar fósseis marinhos espalhados pelo local. O verdadeiro espetáculo acontece ao pôr do sol, que captura a essência deste lugar solitário e infinito.

Outra visita noturna é à Wadi Manar Coast, um parque no sul de Riade, às margens de um pequeno rio. Wadi, em árabe, significa leito de rio desértico que é sazonalmente seco ou cheio, onde a água corre apenas temporariamente, geralmente após a estação das chuvas. Esses canais naturais escavam a terra, formando vales frequentemente caracterizados por piscinas naturais de água doce e cristalina. Aqui, é possível admirar uma cascata artificial que é ativada após as 18h, enquanto se caminha ao longo de uma agradável calçada.

A beleza de Riade reside no facto de que, apesar de ser uma grande metrópole, a maior parte da cidade se desenvolveu horizontalmente, e apenas algumas áreas são ocupadas por arranha-céus. Entre estas, uma visita ao Kingdom Centre é imprescindível, sendo um dos monumentos mais emblemáticos. Este arranha-céus de 302 metros, inaugurado em 2003, possui 99 andares. Tornou-se um símbolo moderno da cidade, abrigando hotéis, escritórios, apartamentos, lojas, restaurantes, um centro de convenções, uma piscina e campos de ténis, além de acolher no 77.º andar uma das mesquitas mais altas do mundo (Mesquita do Rei Abdullah). A torre ocupa uma área de 300.000 metros quadrados e recebeu o International Design and Development Award em 2003. A partir daqui, é possível admirar uma vista deslumbrante de Riade através da Sky Bridge, uma estrutura de aço com 65 metros de comprimento e cerca de 300 toneladas.

Outro exemplo de modernidade é o Boulevard World, um parque de diversões situado na Prince Turki Al-Awwal Road. Possui várias entradas, sendo uma delas majestosa, com um enorme globo digital que muda de aparência ciclicamente. Inaugurado em novembro de 2022, é uma verdadeira área de passeio (boulevard) com lojas, restaurantes, brinquedos e atrações temáticas que refletem fielmente o país que se está “visitando”. Assim, é possível saborear um típico chá japonês ou tomar um café em um café parisiense tradicional. Trata-se de um parque em miniatura de luxo, com réplicas de monumentos icónicos de diversos países, incluindo Estados Unidos, França, Grécia, Egito, China, Japão e Espanha. Também abriga o Lagoon Lake, a maior lagoa artificial do mundo, onde Veneza foi reproduzida fielmente. Com uma área de cerca de 12 hectares, a lagoa entrou para o Guinness World Records.

Não espere encontrar lojas de souvenirs. A cidade está repleta de inúmeros centros comerciais com as maiores cadeias mundiais, onde se pode pagar com cartão de crédito ou na moeda local, o SAR. Aqui e ali, há alguns souqs, sendo o mais típico o Souq Al Zal, um dos bazares mais antigos. Nele, encontra-se de tudo, desde especiarias, chá, café, tapetes e roupas, e está localizado no pitoresco bairro de Deera.

Por fim, preparemo-nos para admirar Riade em todo o seu esplendor durante a Expo 2030. O tema será “A Era da Mudança: Juntos por um Amanhã Visionário”. Quem melhor do que a Arábia Saudita entende que será necessário abandonar progressivamente os combustíveis fósseis para apostar no turismo internacional? Áreas culturais, exibições diárias e experiências baseadas em inteligência artificial irão fundir perfeitamente a hospitalidade saudita com tecnologia de ponta. O evento decorrerá numa área de 6 milhões de metros quadrados e prevê-se que atraia cerca de 42 milhões de visitantes, promovendo a inovação e a colaboração global.

Não podemos terminar sem dizer “God bless you”, impresso em todos os aviões sauditas, como o melhor desejo para viajar sempre com o vento a favor.

Não perca as próximas novidades, portos de escala e as melhores ofertas no Cruising Journal.

Lucia Angeli

Comentários